Resumo: A Queda de Wall Street (Michael Lewis)

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O livro num parágrafo

A Queda de Wall Street relata a crise financeira de 2007-2008 do ponto de vista de três grupos de investidores que anteciparam a queda no preço das casas e apostaram nisso mesmo. O livro explora a loucura, irracionalidade e corrupção do sistema financeiro nos meses que anteciparam o início da crise, bem como nos primeiros meses da mesma, altura em que se iniciaram as falências de alguns bancos de investimento. Michael Lewis consegue transformar um tema sério numa leitura descontraída, acabando por criar o maior bestseller de sempre sobre a grande crise financeira do século XXI.

5 Ideias a reter

  1. A crise financeira de 2007 já estava a ser cozinhada há alguns anos. O crédito barato e o relaxamento dos critérios dos empréstimos à habitação criaram uma bolha no preço das casas que se extendeu a toda a população americana
  2. As empresas que concederam originalmente esses créditos imobiliários venderam os seus direitos à banca de investimento, que por sua vez criou pacotes para revenda que camuflavam o verdadeiro nível de risco desses empréstimos
  3. Os produtos derivados dos empréstimos bancários (CDOs) eram muito complexos e quase ninguém conhecia realmente o risco do crédito associado aos empréstimos embutidos no produto
  4. As agências de rating não tinham o mínimo conhecimento relativo aos produtos que estavam a avaliar e não os investigaram a fundo antes de lhes atribuir um nível de risco
  5. A banca de investimento expôs-se ao risco de crédito mal parado a um nível muito superior do que aquele que podia sustentar. Ao aperceberem-se do problema, os bancos despacharam o mais rápido que puderam esse nível de risco para outros investidores, mas alguns dos bancos foram incapazes de despejar todo o risco antes da crise rebentar e acabaram por ir à falência

Resumo

No início do século XXI, Michael Burry, um investidor respeitado pelas suas apostas em bolsa e fundador do Hedge Fund Scion Capital, conclui que o mercado imobiliário dos E.U.A. está prestes a colapsar. Nos anos anteriores, os bancos americanos tinham vindo a criar pacotes de obrigações constituidas por empréstimos imobiliários a que chamaram “CDOs” (Obrigações de dívida colateralizada), que negociavam entre si a preços cada vez mais elevados. Contudo, a qualidade do crédito empacotado nesses produtos encontrava-se em declínio, tornando provável que os níveis de crédito mal parado dos mesmos disparassem.

Os empréstimos a compradores com piores avaliações de crédito eram denominados de “subprime”. Em anos recentes, os bancos e os seus parceiros tinham aumentado os níveis de crédito oferecidos a imigrantes e à classe mais baixa da população, aliciando os mesmos com taxas de juro reduzidas no início do empréstimo, mas com aumento de juros automático ao final de dois anos. As taxas mais elevadas após o final do segundo ano eram incomportáveis para esta franja da população.

Convencido de que o mercado de CDOs estava prestes a colapsar, Michael Burry adquiriu um conjunto de Credit Default Swaps sobre os mesmos. Credit default swaps são contratos que remuneram o seu portador quando o crédito subjacente ao contrato se converte em crédito mal parado. Assim, nos meses em que o CDO retivesse o seu valor, Burry tinha de pagar aos bancos. Nos meses em que o valor do CDO caísse, seriam os bancos a ter de pagar a Michael Burry. Em 2005,  Burry comprou todos os Credit Default Swaps que conseguiu e previu que os mesmos começassem a gerar retorno a partir de 2007.

Uma das instituições com quem Michael Burry mais negociou foi o Deutsche Bank. Do lado do Deutsche Bank, o negócio com Burry foi supervisionado por Greg Lippmann que, após realizar a sua própria investigação, concluiu que Burry estava certo. Lippmann dedicou-se então à venda de Credit Default Swaps, por forma a gerar comissões de venda para o Deutsche Bank que aumentariam o seu bónus anual, mas ninguém confiava nele quando sugeria que o mercado imobiliário iria colapsar.

Finalmente, numa das suas ações de venda, Greg Lippmann encontrou-se com a FrontPoint Partners, liderada pelo analista Steve Eisman. Eisman também acreditava que o mercado imobiliário iria colapsar, mas nunca tinha encontrado um produto que lhe permitisse apostar contra o mesmo. Ao conhecer Greg Lippmann, a FrontPoint Partners comprou milhões de dólares em Credit Default Swaps.

Também por esta altura, um terceiro grupo de investidores entra em cena: A Cornwall Capital, um pequeno fundo de investimento operado por Charles Ledley e Jamie Mai. Tal como Michael Burry, Ledley e Mai também haviam feito milhões no mercado bolsista e tinham agora em mira os empréstimos subprime. Com a ajuda de Ben Hockett, um ex-funcionário do Deutsche Bank, a Cornwall Capital consegue também adquirir milhões de dólares de Credit Default Swaps. Ao contrário de Burry e Eisman, Ledley e Mai apostaram contra a porção de empréstimos com melhor availiação de crédito, uma estratégia que gerou um retorno de investimento extramente elevado.

Em 2007, a FrontPoint Partners e a Cornwall Capital foram até Las Vegas assistir à maior conferência anual de obrigações de empréstimos subprime. Ambos os fundos saíram do evento ainda mais convencidos de que o colapso do mercado imobiliário estava iminente. E não se enganaram.

Nos meses seguintes, o crédito mal parado dos empréstimos subprime começou a aumentar em todo o país. Contudo, o valor das obrigações ligadas a esses empréstimo não estava a cair. Michael Burry suspeitou então que os bancos estavam a inflacionar artificialmente o valor dos CDOs para se poderem livrar dos mesmos antes que fosse tarde demais. No final de 2007, a crise era já uma realidade. Vários bancos e empresas financeiras tinham falido e os restantes tinham visto o seu valor bolsista cair de forma vertiginosa. Do outro lado da aposta, Burry, Eisman e a Cornwall Capital ganharam uma fortuna.

De seguida, o mercado bolsista viveu a sua pior fase em muitos anos, com cada vez mais instituições financeiras a abrir falência. O governo americano nacionalizou então um conjunto destas instituições, começando aí o início do fim da grande crise financeira.

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